Os perigos da automedicação para o coração

Muitas pessoas costumam tomar remédios sem orientação de um médico ou de um farmacêutico, conforme constatou os dados do Instituto de Ciência Tecnologia e Qualidade, apontando que 76,4% dos brasileiros ingerem medicamentos por conta própria. A automedicação pode resultar em problemas para a saúde, alerta o cardiologista Schariff Moysés.

“Até mesmo medicamentos mais simples, podem acarretar em problemas para a saúde, caso não sejam consumidos da maneira correta”, explica o médico. Os perigos da automedicação atingem vários tipos de remédios. O uso de anti-inflamatórios pode, por exemplo, provocar úlceras e até sangramentos no sistema digestório e até piorar a função renal em idosos. Analgésicos podem mascarar sintomas e antibióticos podem causar resistência.

“Sair tomando remédios sem a mínima orientação não é algo recomendado. Muitos costumam até seguir a indicação de amigos. Os médicos é que são os profissionais capacitados para receitar medicamentos a fim de melhorar a saúde dos pacientes”, orienta o especialista.

Anti-inflamatórios e coração

Um novo estudo da revista científica European Heart Journal associou o uso de  diclofenaco e o ibuprofeno, anti-inflamatórios usados no combate a dores e inflamações,  com maiores riscos de enfarto. Segundo a publicação, o ibuprofeno pode aumentar em 30% o risco de parada cardíaca, enquanto o diclofenaco pode chegar a 50%.

Para Schariff Moysés, o alerta é direcionado a aqueles que tomam remédios sem consulta médica, principalmente quem tem algum histórico de doença cardiovascular, como hipertensão. Os cuidados devem ser redobrados com o uso exagerado desses medicamentos.

“Esses medicamentos podem ser adquiridos sem qualquer dificuldade nas farmácias, sem receita médica. Isso só reforça o uso responsável deles sob a devida orientação de um profissional de saúde”, aconselha Schariff.

Fonte: http://jornalentrevista.com.br/v1/2017/05/02/os-perigos-da-automedicacao-para-o-coracao/