O Laboratório do Sono do Instituto do Coração de São Paulo quer saber qual a relação entre noites mal dormidas e problemas no coração. Os pesquisadores já descobriram que os riscos de infarto aumentam em quem dorme mal.
Dormir faz bem para a saúde? “Claro que faz, mas dependendo da qualidade do sono, pode até fazer mal”, alerta o médico Luciano Drager, cardiologista e pesquisador do Laboratório do Sono do Incor, professor associado da Faculdade de Medicina e coordenador da pesquisa.
Hoje, um de cada três adultos no mundo dorme mal por causa de apneia, uma interrupção momentânea da respiração durante o sono.
A apneia, que costuma vir acompanhada do ronco, é provocada pelo estreitamento da garganta, muito comum em obesos.
Esse distúrbio pode levar a problemas cardíacos, especialmente para os que têm pressão alta, taxas elevadas de açúcar e gordura no sangue e baixa produção do HDL, o colesterol bom.
Esse conjunto de alterações cardiovasculares chama-se síndrome metabólica, que aumenta muito o risco de infarto.
A medicina já sabe que a apneia potencializa a síndrome metabólica.
O que os pesquisadores do Incor querem saber agora é se tratando a apneia, sem o uso de nenhum tipo de medicamento, eles vão conseguir diminuir os efeitos da síndrome no paciente.
Ou seja: se eles vão conseguir reduzir as taxas de açúcar e gordura no sangue, se vão conseguir diminuir a pressão e aumentar a produção do colesterol bom.
O representante comercial Luciano Aparecido de Oliveira e sua esposa, Ester Gomes Baos são voluntários da pesquisa. Ele ronca, tem apneia, taxas altas de gordura e açúcar no sangue, e dorme mal. “Não tinha sono reparador. Aquela sensação de não ter dormindo”, conta.
Por causa dele, a Ester, que tem pressão alta, também dorme mal. “Eu sempre dormi bem. As noites que ele tinha apneia, o ronco me incomodava muito. Chegava ao ponto de eu acordar, pedir pra ele virar de lado, pra ele poder dormir e consequentemente eu também poder dormir”, diz Ester.
Para tratar a apneia, Luciano está dormindo com um aparelho, o C-Pap e está dormindo com nunca. “Meu sono agora ficou bem profundo. Durmo e acordo com sensação de ter dormido. Descansado”, afirma.
Os efeitos da apneia dele na mulher também estão sendo avaliados. O que hoje é tratado com uma série de medicamentos, pode melhorar com boas noites de sono.
“Ao invés de ficar dando remédio para o paciente, nós vamos tratar a apneia, melhorar a qualidade do sono e avaliar se com tratamento da apneia por si só, sou capaz de melhorar e quem sabe reverter esse diagnóstico em parte desses pacientes”, avalia o cardiologista coordenador da pesquisa.
O Incor ainda precisa de 60 voluntários para completar a pesquisa. Os interessados em participar, devem ter o seguinte perfil e enviar e-mail para: projeto.apneia@gmail.com
Projeto Apneia do Sono
- pessoas entre 40 a 70 anos;
- que estejam com excesso de peso;
- que tenham sintomas de apneia tais como roncos;
- não podem ser fumantes e nem usar medicamentos regularmente;
- idealmente ter exames de sangue recente (em torno de 1 ano): colesterol, glicose, etc.
Fonte: http://g1.globo.com/jornal-hoje/noticia/2017/03/pesquisa-busca-entender-relacao-da-apneia-com-problemas-no-coracao.html
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